9.4.11

Desabafo


Uma doença maltrata. Mas uma doença mental maltrata muito mais.
Quando a pessoa nasce com ela; tudo bem, não é culpa de quem a possui... Ela é especial. Quando ela se alastra sem aviso, é triste, mas também não é culpa da pessoa; é a genética causando estragos.
Mas e quando a pessoa podia optar por evitá-la e não o fez? A culpa é de quem?
A doença não só causa sofrimento de quem convalesce dela, mas também faz as pessoas ao seu redor sofrerem tanto quanto o doente. É uma dependência muito grande, um esforço e sacrifícios muito grandes, mas se encaradas de forma positiva dá pra transpor sem problema. Mas quando nada colabora- nem o doente nem ninguém mesmo-, as coisas tendem a causar transtorno; vai tudo pra ladeira abaixo sem o menor freio. E a teimosia alheia mais a falta de apoio dos que se diziam preocupados é de doer na alma...

Sei que internet não é lugar pra extravasar transtornos pessoais, mas cheguei num limite irrefreável e minha família não tá sendo o melhor dos suportes pra se ouvir uma palavra sequer. Apesar de ter amigos, eles não possuem a obrigação de aguentar minhas lamúrias, independente de quais sejam.
Então, o único lugar onde posso mandar tudo pro inferno sem me preocupar se incomodo ou não é aqui mesmo...
Não é de hoje que isso me atormenta, e quem convive comigo tem leve noção do quanto isso me irrita, incomoda e me dá vontade de bancar o Michael Douglas no filme "Um Dia de Fúria". A ausência, falta de noção espacial, confusão, incapacidade de locomoção e do manejo de situações costumeiras - até diria naturais a qualquer ser humano, tem tirado meu sono e minha paciência há mais ou menos 8 ou 10 anos. A coisa piorou ainda mais de uns meses pra cá. E o que mais me deixa indignada é que a criatura tinha tudo para ser mais do que saudável em todos os aspectos (convênio médico bom, amigos e vizinhos que sempre se dispuseram a fazer parte da sua vida, parentes atenciosos), mas não.
Ela preferiu ser consumida viva a se aposentar e envelhecer da forma mais sossegada possível.

Podem me chamar de maldosa e ignorante, mas peguei ódio dessa decisão. E esse ódio só cresceu pelo único fato de que isso desestruturou  tudo; desde nossa liberdade até a nossa saúde emocional. Mesmo trabalhando feito loucos e correndo atrás de uma vida mais confortável, ao chegar em casa somos "agraciados" com a tensão de ter alguma coisa errada, alguma reclamação, coisas perdidas e etc. Qual ser humano suporta ir trabalhar no dia seguinte com um sincero bom humor?  To tendo que fingir bom humor pra não causar mal estar em ninguém, pois ninguém merece...
E não pára por aí: são madrugadas de gritaria, manhãs de brigas e tardes estressantes. Acho que sou a única pessoa que dá graças aos Deuses quando é segunda feira e saio pra trabalhar até tarde, pois não tenho que aturar tudo que me aguarda por mais tempo; ainda volto a pé pra demorar mais a voltar. E ainda tem quem defenda a criatura!!! Mas mal sabe o inferno que é conviver com alguém que, além de doente, nunca fez questão de melhorar, se cuidar... Só quer saber de se intrometer e causar problemas achando que está ajudando. Mesmo tendo trabalhado por vários anos a fio, ser honesta e generosa e ter se esfalfado e batalhado por tudo que tem hoje, devia pelo menos ir se preocupar consigo e deixar o resto se virar por conta própria. Mas não... Inisistiu na "Síndrome de Madre Thereza" até as últimas consequencias.
Na minha opinião pessoal, isso não é altruísmo; é atitude burra de gente xucra. E burrice tem limite.
A decisão que tomou de deixar de viver pesou na vida de todos na minha família, fazendo que tenhamos noites mal dormidas -melhor dizendo; insônia-, preocupação 24 horas por dia, descargas massivas de raiva no desavisado mais próximo...  A paz fugiu de nossa casa e foi de carona de caminhão até o Acre.
Eu estou sem dormir há mais de 18 horas, perdi dia de trabalho e meu cérebro parece estar sendo agulhado a cada segundo (me lembra o Pinhead quando isso acontece). Queria não sentir ódio nem desprezo, mas tá ficando cada dia mais impossível. Tenho horror em levar a culpa e sofrer por causa do erro dos outros e de gente que pensa que senso de gratidão é obrigatório e de prazo vitalício; eu não nasci com esse propósito. Mas é aquele ditado: "Quanto mais você reza o terço, mais a assombração te persegue."... E essa assombração tá acabando comigo e com o resto da família.
Desculpem o colapso, mas acho que tô até mais leve de "esgormitar" isso tudo pra fora, pois acho que eu chegaria nos extremos da loucura e faria parceiria nos remédios. :P

Agora que tudo se acalmou por aqui, vou (tentar) cochilar um pouco pra conseguir comer mais tarde e não me deparar com mais problemas. Pois to com o saco cheio e queira Deus que ele tenha dó de mim e leve logo embora esse karma ruim, pois dele não to aprendendo nada.
Não, espera; to aprendendo sim... A não ser igual a ela.

Boa noite proceis.












Um comentário:

Anônimo disse...

sinceramente, nao entendi nada... so sei que o que falta em vc é o amor de Deus. eu sou alguem que segue por um caminho parecido, mas as coisas estão no eixo pra mim